segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A propósito de museus

Ao fim de algum tempo a pensar ir lá fui, finalmente, ao Museu do Neo-Realismo em Vila Franca de Xira. O edifício, projectado por Alcino Soutinho, cumpre muito bem a sua função. 
A exposição permanente permite-nos ficar com uma perspectiva global. Numa época em que me parece que se tem esquecido com frequência este movimento este museu lembra-nos a sua importância histórica e literária. A minha geração, logo a seguir a Abril de 74, recorda-se certamente de muitos textos que constavam dos livros da disciplina de Português e até dos livros de leitura obrigatória, numa tentativa de compensar os muitos textos censurados e as vidas difíceis dos seus autores antes dessa data. Muitos de nós tomavam contacto com estes escritores nessa altura. 
Um dos que mais líamos era Alves Redol. O seu Constantino, personagem admirável, tinha a nossa idade e apesar de estar longe de nós, no tempo e na vivência, vivia as aventuras que nós imaginávamos que gostaríamos de viver também.
E até final deste ano, em que se comemora o centenário do nascimento de Alves Redol, o museu dedica-lhe uma importante exposição. Vale a pena ir até Vila Franca. Uma grande parte da História do nosso país no século passado está lá. E nunca é demais lembrarmo-nos dela.



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