revoltavas-te, as tuas costas dobradas,
inclinadas para a frente, os seios tocando
nas pernas enquanto procuravas uma meia
debaixo da cama e franzias as sobrancelhas
numa cara de criança que acorda tarde:
«não percebo porque é que a poesia
tem de ser tão absurda». e eu respondia-te
que tem de ser assim, porque o mundo
já está cheio de coisas concretas e práticas
que não fazem sentido nenhum.
in Pedro Tiago, O Comportamento das paisagens, Lisboa, Artefacto, 2011, p. 46
in Pedro Tiago, O Comportamento das paisagens, Lisboa, Artefacto, 2011, p. 46
Uma das razões porque gosto do teu blogue :)
ResponderEliminarClara Granja