A notícia já tem uns dias mas foi hoje, através desta crónica de Miguel Esteves Cardoso, que soube. É verdade que, mesmo antes da morte de Tommy Ramone, os Ramones já não existiam como banda. O tempo, o desaparecimento dos outros elementos bem como algumas vicissitudes ligadas à própria evolução de qualquer grupo de músicos tinham-nos colocado numa área já não actualizável da história do rock. Mas os Ramones, segundo Tommy, eram também "uma ideia". E essa ideia está ainda presente não só na cabeça dos que gostavam de os ouvir mas até dos que não conhecem a sua história. O logo estampado em t-shirts de muitos miúdos adolescentes (que várias marcas continuam a produzir) não corresponde muitas vezes a um interesse genuíno sobre o grupo mas a uma imagem que associam a uma rebeldia que sentem que lhes assenta bem.
A mim, os Ramones marcaram-me mesmo que as suas canções dissessem respeito a uma realidade muito longe da minha: uma miúda de uma escola secundária da periferia de Lisboa, um pouco ingénua e "bem-comportada". Eu era assim quando comprei o álbum "Rocket to Russia", lançado em 1977. A fotografia da capa que todos reconhecem, os desenhos de John Holmstrom, as letras decoradas e na ponta da língua até hoje, fazem parte dos discos que ainda estão ali na estante. As músicas eram curtas e repetitivas na sua fórmula mas eu não me cansava de as ouvir. Na verdade nunca estive perto da realidade de que falavam Johnny, Joey, Dee Dee e Tommy. Mas isso não me impede de partilhar o sentimento de M.E.C.
O título do post corresponde à morada do clube de fãs dos Ramones, na altura.
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