Um dia destes ouvi, num programa em que se falava das eleições autárquicas, a jornalista perguntar a um dos comentadores como era possível que, num concelho com níveis de instrução dos mais altos do país, estivesse à frente das sondagens, um movimento ligado a Isaltino Morais que ostenta, com orgulho, aquele nome na sua designação. O comentador só respondeu que assim se vê a pouca relevância dessas questões em situações destas. Quando Isaltino ganhou há 4 anos já essa questão se colocava. Na altura escrevi isto. Agora, que o ex-presidente se encontra a cumprir pena de prisão por crimes cometidos enquanto presidente, a perspectiva é a mesma.
Enquanto os candidatos dos partidos com menos hipóteses são praticamente invisíveis (foi graças à TSF e a pesquisas na internet que soube quem eram), os principais candidatos (e aqui penso nos do IOMAF, PSD e PS) vão produzindo materiais de campanha que ou não dizem nada ou destacam promessas que estão completamente fora da alçada das suas competências.
Os que se apresentam com mais vantagem nas sondagens (Paulo Vistas e Moita Flores) das impugnações passaram aos actos e às palavras menos claras. As, agora tão em voga, arruadas têm que ter cautelas extra e os meios autárquicos servem de meios de propaganda. As redes sociais servem também propósitos pouco dignificantes (há por exemplo uma página de facebook cuja designação já permite perceber o nível de debate que ali se faz) e em nada contribuem para o esclarecimento das dúvidas dos que no domingo vão votar.
A verdade é que, em relação às propostas apresentadas, estes dois pouco diferem.O próprio Moita Flores o diz...
Talvez pudéssemos pensar que, numa conjuntura destas, o beneficiado fosse o PS mas aquele partido não investiu numa escolha consistente com a vontade de ganhar pois, mesmo não duvidando das capacidades de Marcos Sá, o seu nome pouco diz aos oeirenses.
Num cenário destes, no domingo lá irei entregar três papéis à mesa de voto, com algumas certezas relativamente aos quadrados que não irei preencher e muitas dúvidas em relação aos que preencherei. Vamos ver se não fica nada em branco...
Já o meu pai, que tem actualmente 78 anos, e não conseguindo desligar estas três eleições da situação mais global do país, pondera agora, pela primeira vez desde que lhe é permitido votar, ser um dos que vai engrossar a abstenção. Como ele poderão ser muitos o que, pelo motivo que é (a percepção da incapacidade de mudar para melhor) me entristece muito.
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