quinta-feira, 16 de maio de 2013

As letras "politicamente incorrectas"

Confesso que não sei explicar muito bem porque é que não gosto do acordo ortográfico. Muitos dizem que a resistência à sua utilização se prende com a nossa típica resistência à mudança. Poderá até ser. É mais fácil escrever como sempre o fizemos. Claro que sim. Mas até por isso, continuo a não compreender as tais regras que, em muitos locais, vemos já aplicadas. Custa-me, por exemplo, ver as minhas filhas na escola aprenderem a escrever de uma forma diferente da minha. É evolução, dirão; a língua não deve ficar estática, acrescentarão. São argumentos que fazem sentido se se tratar de uma evolução natural, nascida no interior da própria língua. Este acordo não nasceu assim e ainda não me convenceram, até agora, da sua bondade. Continuo, por isso, a defender as vogais e as consoantes que querem arredar das palavras, por decreto, situação que chega, em alguns casos, a dificultar a compreensão das frases.  
E se eu as defendo da única maneira que posso, utilizando-as, há quem o faça de forma mais aprofundada e complexa. Pedro Correia, decidiu passar à acção e deixar escritas as razões pelas quais considera este acordo uma aberração. Podemos lê-las neste livro 


que está já à venda e que será apresentado por Pedro Mexia na próxima terça-feira, dia 21, a partir das 18.30, na Livraria Bertrand do Picoas Plaza (Lisboa).

4 comentários:

  1. A nossa língua fica cada vez menos articulada e distante do latim, que o mesmo é dizer, distante do Inglês, a mais falada e escrita em todo o mundo. Eu evito comprar qualquer livro escrito no actual (des)acordo ortográfico. O ano passado dei por mim deliciado a ler um livro de História Política de Giovanni Sartori, traduzido em espanhol, repleto de consoantes mudas e dobradas! É criminosa a distância que fica a separar-nos das demais línguas novi-latinas! Os brasileiros que abram a boca em exclamações constantes de pasmos, aa's e ee's abertos, a cantar em vozes dulcificadas. Eu prefiro a rudeza intimista, inaudível, das nossas vogais fechadas, segredos de lábios a ouvido, propostas individuais para comuns acordos.

    Ana Lima, eu práticamente isolo-me no meu blog experimental de leituras, mas infelizmente sucedeu-me ter aberto um email no google e, não sei porquê nem como, perdi o acesso á gestão do blog, pelo que abri um novo a que chamei Novo Blog Experimental, enquanto não descobrir como reaver o acesso perdido. Parte da dificuldade é mesmo que não entendo inglês suficiente para me guiar nas instruções dos menus de ajuda!

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    1. Gostei muito deste comentário, Vasco. Também a mim este acordo parece que veio empobrecer a nossa língua.
      Quanto ao blogue eu não tenho grande destreza nestas coisas mas se calhar é melhor colocares a questão aos gestores do blogspot.
      Eu não tenho visitado blogues e mesmo este tem andado esquecido. O tempo tem-me faltado tanto... :(

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  2. Obrigado pelo postal e pelas palavras que o acompanham, Ana. Espero que gostes do livro.
    Beijinho.
    PC

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    1. Tenho a certeza que sim. Desejos de sucesso! Com todas as letras.

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