quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
"You silly girl"
(O vídeo do Paulo Furtado é muito bom)
Paisagem com montanhas, árvores e rio
As montanhas erguiam-se num tom azulado. O verde das árvores era a cor mais visível. Num dos cantos, um rio serpenteava. Esta paisagem repetia-se 10 vezes, 5 em cada mão.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
domingo, 26 de fevereiro de 2012
sábado, 25 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Até para roubar se deve respeitar um horário
No metro, a abarrotar de gente, ao final do dia, dois polícias conversam:
- Só espero que não apareça nenhum carteirista!
- Pois...
- Já viste, uma detenção agora, ter que o levar para a esquadra a esta hora... Lá ficávamos nós sem jantar...
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
À espera
O casaco sujo e o gorro demasiado grande parecem quentes demais para aquele canto ao sol que escolheu para pedir esmola a quem passa. Olho-o há alguns minutos. Adormeceu. Mas, quase como uma deformação que o tempo se encarregou de tornar permanente, a sua mão continua aberta, em concha. As moedas, se alguém as deixar, não se perderão.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
A "Portugal" hoje
Nas estantes os livros de capa dura misturam-se com opúsculos sobre os mais variados temas. Algumas delas estão quase vazias. Nas mesas, os montes dividem os livros pelos preços: 5 euros, 3 euros, 2 euros. Os maiores, com fotografias de casas ou quadros famosos, estão mesmo à frente da porta de entrada. É aí que os clientes mais se demoram. As caixas vão sendo trazidas à medida que se vão vendendo livros sobre temas improváveis. Na montra anunciam-se os saldos. Anuncia-se o fim.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
O cúmulo da displicência
Há muito que nos habituámos à falta de respeito por todos os que, em alguns momentos da vida, têm que contar já não os tostões, mas os cêntimos, para conseguirem sobreviver. E cada vez são mais os portugueses que se encontram nessa situação. Por isso, afirmações destas, sejam elas verdadeiras ou não, no que têm de demonstração de uma indiferença atroz, de colocação num patamar muito acima do comum dos mortais, de soberba desmedida, deixam-me verdadeiramente incomodada, para não dizer outra coisa...
Mesmo no centro da cidade
sábado, 18 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Uma das razões/poemas porque gosto de Helder Macedo
A esquina estava lá
e a árvore prevista
mas não eu.
Falto-me?
Faltei-me
mas nem sempre é necessário não faltar.
Basta o simulacro de árvore na esquina
basta a esquina sem estrada onde passei
basta ouvir-me o silêncio em cada passo.
e a árvore prevista
mas não eu.
Falto-me?
Faltei-me
mas nem sempre é necessário não faltar.
Basta o simulacro de árvore na esquina
basta a esquina sem estrada onde passei
basta ouvir-me o silêncio em cada passo.
in Helder Macedo, 10.º poema de Viagem de Inverno - Poemas Novos e Velhos - , Lisboa, Editorial Presença, 2011, p. 37
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
sábado, 11 de fevereiro de 2012
Ai, as conversas...
Acho que já disse aqui que, nas viagens nos transportes públicos, me agrada poder ouvir as conversas de quem faz o mesmo trajecto. É assim uma espécie de voyeurismo auditivo. Só que, nestas circunstâncias, quase sempre quem é ouvido sabe que o está a ser, pelo que não é completamente inocente o que se diz e a maneira como se diz e por isso é atenuado o sentimento de escutar conversas alheias. Vem isto a propósito de duas conversas que ouvi nestes dois últimos dias, nas viagens de comboio de regresso a casa.
Na primeira, dois homens, de cerca de 70 anos, algarvios, percebi a meio da conversa, trocavam opiniões sobre peixes, as melhores maneiras de os cozinhar e os melhores sítios para os comer. Foi como ter lido um suplemento de uma revista da especialidade. A lampreia, o sável, a abrótea, a cavala, a sardinha, o cação, a garoupa, o imperador, o salmonete e outros, foram ali falados de maneira rica e interessante como só dois bons apreciadores o poderiam fazer e de uma forma tão espontânea que me fez ter pena de levantar e sair na minha estação deixando-os ainda a tecer loas ao mercado de Vila Franca de Xira nos idos de 60.
A outra conversa juntou duas amigas que discorreram sobre as vantagens e desvantagens de comprar nas lojas de chineses e o problema de ser convidada para um casamento em pleno Inverno com temperaturas tão baixas. Se, no primeiro caso, as opiniões divergiam, tendo cada uma delas experiências opostas; já no caso do segundo estavam em sintonia: as toilettes vaporosas usadas no Verão não têm concorrente à altura numa época em que está guardado, para a noiva, o sacrifício de usar um vestido sem costas quando lá fora estão 5 graus.
Se bem que, de registos completamente diferentes, ambas as conversas me distraíram do meu livro e me fizeram sorrir.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Que raio de entretenimento!
Há coisas muito estranhas. Enquanto procurava uma notícia fui dar a uma página do jornal "Correio da Manhã" deveras macabra e com propósitos que tenho dificuldades em atingir. A pesquisa de mortes violentas, por anos, no nosso país, permitindo "recordar as circunstâncias em que as vítimas do tipo de crime mais irreversível perderam a vida" é, pelos vistos, um assunto merecedor de algum investimento. Mas será que isto era mesmo preciso?
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Uma das razões/poemas porque gosto de Bénédicte Houart
hoje tive uma ideia na banheira, mas
por pouco tempo: infelizmente
não me apareceu no cérebro, como é habitual, mas
sim à tona da pele
de modo que a água do chuveiro a
levou ralo abaixo
dela restando apenas flocos de espuma e
outra ideia irresistível
quantas não andarão por aí mergulhadas
nos esgotos nas estações de tratamento de água
(algumas bem precisam de ser desinfectadas)
sem mencionar rios riachos ribeiros mares e
à conta de tudo isso
quantas ideias não bebemos num simples copo de água
in Bénédicte Houart, Vida: Variações II , Lisboa, Edições Cotovia, 2011, p. 84
por pouco tempo: infelizmente
não me apareceu no cérebro, como é habitual, mas
sim à tona da pele
de modo que a água do chuveiro a
levou ralo abaixo
dela restando apenas flocos de espuma e
outra ideia irresistível
quantas não andarão por aí mergulhadas
nos esgotos nas estações de tratamento de água
(algumas bem precisam de ser desinfectadas)
sem mencionar rios riachos ribeiros mares e
à conta de tudo isso
quantas ideias não bebemos num simples copo de água
in Bénédicte Houart, Vida: Variações II , Lisboa, Edições Cotovia, 2011, p. 84
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Razoável, volátil e maleável?
Há uns bons anos atrás os Trovante, ou o Trovante, como parece que é melhor dizer, eram um grupo de que eu gostava bastante. Comprava os álbuns, fui ao Coliseu vê-los num concerto, sabia as canções de cor. Depois do fim do grupo as carreiras a solo dos dois membros mais conhecidos seguiram diferentes caminhos. João Gil fez coisas interessantes. O Luís Represas deixei de conseguir ouvir. Tudo o que fazia soava igual ao anterior e a voz passou a irritar-me sobremaneira.
Talvez por isso esta nova música lançada pelos dois para comemorar os 35 anos de carreira me soe muito, muito fraca. E depois há a letra. Não percebi de quem será mas parece-me que João Monge não será o culpado.
Ora, vejam lá...
Apenas um teu sorriso
Apenas um teu olhar
O código que autorizo
A senha para entrar
Gosto de ti !
Quando és razoável
Gosto de ti !
Volátil e maleável
E só assim é viável
Fazer um sisudo amável
Levo-te a cem
Tu pões-me alerta
Levas-me a bem
Como ninguém
Dá-me o teu sim
Que eu nunca sei dizer não
Dá-me o teu dom
Que eu dou-te o meu coração
Gosto de ti !
Quando és razoável
Gosto de ti !
Volátil e maleável
E só assim é viável
Fazer um sisudo amável
Levo-te a cem
Tu pões-me alerta
Levas-me a bem
Como ninguém
Dá-me o teu sim
Que eu nunca sei dizer não
Dá-me o teu dom
Que eu dou-te o meu coração
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