terça-feira, 15 de outubro de 2013

Do outro lado do vidro

Olhando para dentro do restaurante vejo os clientes que estão sentados junto às janelas que dão para a praça. Riem, numa atitude de quem está de bem com a vida.  Frente aos pratos que contêm pouca comida estão, aparentemente, a apreciar a experiência gastronómica que algum cozinheiro afamado preparou.
Do lado de fora, mesmo junto ao vidro, um homem, que segura na mão um conjunto de almanaques Borda d'Água, lá vai entoando a cantilena para chamar a atenção para o que quer vender. Das suas mãos escorregam alguns exemplares que caem aos seus pés. Ninguém repara e o vendedor, cego, também não se apercebe. Dentro do restaurante os convivas continuam a rir.

2 comentários:

  1. Pelo menos você reparou. E até escreveu sobre isso. Devemos estar permanentemente atentos à realidade que está à nossa volta. É isso que nos deve prende ao chão e é a partir daí que devemos dar o salto para um amanhã melhor.

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    1. Boa noite, Susana e obrigada pelo comentário. Eu, de facto, costumo estar atenta. Quanto a dar o salto para um amanhã melhor é muito mais difícil...

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